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sexta-feira, 30 de julho de 2010

E aí que, de repente, dá uma vontade de largar tudo e sumir. Largar o trabalho, largar a faculdade, largar tudo e desaparecer. E não preciso desaparecer pra longe, não. O meu quarto já está de bom tamanho.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O gato do meu vizinho

Meu vizinho tem um gato.

O gato do meu vizinho parece uma vaca, porque é branco e tem grandes manchas pretas, além de ser enorme e gordo.

Ontem descobri que, na verdade, meu vizinho tem duas vacas.

Talvez seja uma vaca e um boi, já que um tem as manchas marrons ao invés de pretas.

Isso não quer dizer necessariamente que os bichanos são de sexos diferentes só porque são de cores distintas, mas meu cérebro achou agradável que fosse assim.

O problema é que essas vacas, ou essa vaca e esse boi, ou esse gado, ou esses gatos, sempre me assustam. Pulam no meu quintal e, de tão grandes que são, meu cérebro dispara a informação de que é um ladrão invadindo minha casa. Mas não, é só o gado do meu vizinho.

Ontem, já de madrugada, fiz uma nova descoberta: os monstros do meu vizinho não fazem nem
muuu, nem miau, como era de se esperar.

Os monstros do meu vizinho fazem
au au.

Já não sei se se trata de gatos, vacas, bois ou cachorros. Acho mesmo é que são monstros mutantes.

E eu juro que essa história é verdadeira. Juro pelos monstros do meu vizinho.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cansei

Cansei.

Cansei da mesmice, cansei da rotina.

Cansei do trajeto diário.

Cansei de não poder observar o dia ensolarado.

Cansei das roupas, cansei do cabelo.

Cansei.

Eu quero o inesperado, eu quero a surpresa.

Eu preciso de novidade.

Cansei de tanta ansiedade.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Noturno do Chile - Roberto Bolaño

"E, à medida que você se aproximava do centro da cidade, as ruas iam perdendo esse amarelo ofensivo para se transformar em ruas cinzentas, ordenadas e aceradas, se bem que eu soubesse que debaixo do cinza, por pouco que se raspasse, achava-se o amarelo."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do amigo

Hoje é dia do amigo. Estão dizendo, e eu acredito. Mas tenho certeza de que, até o fim do ano, aparecerão com mais uns dois ou três dias do amigo. Enfim, qual importância esse dia tem mesmo?

C.S. Lewis1, um dos meus escritores favoritos, disse em seu livro Os Quatro Amores2 que a amizade nasce no exato instante em que, em uma conversa, uma pessoa diz para a outra: "Jura? Você também? Pensei que eu era o único."
Ele disse também, no mesmo livro, que

"A Amizade é desnecessária - como a filosofia, como a arte, como o próprio universo (pois Deus não precisava criar). Ela não tem valor de sobrevivência; ela é, antes, uma das coisas que dão valor à sobrevivência."

Já postei aqui nesse blog, há alguns meses, um dos meus extraídos favoritos sobre a amizade. Ele se encontra aqui, e é de Cícero, em um ensaio dedicado à esse sentimento que Deus nos deu de presente. Ainda não tive a oportunidade de ler o texto na integra, e aqui fica o lembrete e cobrança para mim mesma.

E eu poderia ficar aqui horas, horas e horas explanando sobre a amizade, e sobre a grandeza e infinitude que essa espécie de amor pode acrescentar em nossa vida, mas não é exatamente essa a intenção nesse exato momento.

É pra ser como um desabafo. Um desabafo de quem, por incontáveis vezes, viu suas amizades escorrendo pelos seus dedos. Hoje, ao olhar para trás, é quase impossível mensurar as causas e apontar os culpados - e isso não faria a menor diferença - pela amizade ter se dissolvido.

Algumas vezes, confesso, foi desatenção minha. Outras vezes, juro, corri atrás, me esforcei e relevei muitas coisas até que não pude mais sustentar a amizade.

Mas o que importa realmente é que, de todas aquelas que foram verdadeiras, ainda guardo as melhores lembranças. A verdade é que, passado tanto tempo, os pontos negativos acabam se dissipando da memória e só ficam guardados os bons momentos, que produzem essa saudade e nostalgia que insistem em me atormentar costumeiramente.

Não sou pessoa de muitos amigos. Tenho a maior facilidade do mundo para me dar bem com todos, mas daí a chamar de amigo, preciso de muita caminhada. Minha confiança para a amizade não é simples de conquistar, e basta uma falha para que a confiança conquistada caia, digamos baixo, uns cinquenta por cento.

Não consigo chamar a todos os meus conhecidos de amigos. Não dá, não desce. Amigo é aquele que me aguenta - o que, digamos de passagem, não é tarefa fácil -, suporta - no sentido bíblico da palavra - e ama. Sim, porque apesar de toda a aparente frieza, não há coisa melhor do que me sentir amada. E posso ser amada por umas poucas pessoas só - talvez até apenas uma - , não preciso - e nem saberia lidar - com muita atenção vinda de diversos lugares.

Mas, aonde é que estou querendo chegar mesmo? Não sei. Sou capaz de estourar o limites de caracteres para um post - se é que existe, já que nunca tentei chegar até o fim.

Então à vocês, meus poucos (pouquíssimos) amigos, com destaque e tudo, meu muito obrigada pelo amor e carinho. Eu amo vocês.

1 C.S. Lewis é o autor de Crônicas de Nárnia, sucesso infanto-juvenil em todo o mundo. Mas sa obra vai muito além dessa criação, e sua leitura é altamente recomendável à quem se interessa por conhecer um pouco mais do ser humano, sua relação com Deus e com seus semelhantes.

2 Em Os Quatro Amores, C.S. Lewis aborda os aspectos da Afeição, do Eros, da Amizade e da Caridade (o amor citado em Coríntios 13). Tem uma leitura leve e deliciosa, altamente recomendável. Editado pela Martins Fontes Editora.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aos dois

Eu bem queria escrever nesse exato momento, algo profundo, extenso e belo.

Mas fogem-me a inspiração, a criatividade, o assunto.

Foge-me o momento.

Fujo para dentro de mim, e lá encontro uma infinidade de coisas a serem colocadas no papel.

Mas fogem-me as palavras.

Foge-me a oportunidade de expor a mim mesma; expor os meus mais profundos medos, anseios temores.

Abraço a oportunidade de por um momento me reservar, e fazer com que tudo aquilo que está guardado, continue em segredo.

Mas os meus segredos, todos - aqueles maiores e os mais bobos - todos vocês já sabem.

Sim, vocês dois já sabem. Vocês dois que habitam parcela tão grande do meu coração, já tem conhecimento de tudo o que eu um dia poderia querer colocar em palavras.

Antes, vocês dois conhecem muito mais de mim do que eu mesma.

Vocês dois, que podem colocar as palavras corretas em minha boca, e mesmo assim permitem que eu fale, fale, fale. Permitem que eu coloque para fora tudo o que eu preciso, para depois dizer que tudo vai acabar bem

Vocês, que nunca perdem a paciência comigo, com meus deslizes, com minhas infantilidades.

Vocês que sempre terão um sorriso no rosto que me dará todo o conforto necessário.

Vocês que estão o tempo todo a me cercar, e buscar sempre o melhor para mim, sem em nenhum momento ferir a minha liberdade.

Vocês, que estão sempre por perto e prontos a me segurar quando eu cair, e que sempre me farão acreditar que realmente tudo vai acabar bem.

À vocês dois o meu eu te amo mais sincero.

À Você, obrigada pelo presente.

À você, obrigada pela presença.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pra frente, Brasil!

... salve a seleção

Qual é, Brasil?

Onde está agora todo o patriotismo que aparece apenas de 4 em 4 anos, Brasil?

Vai guardar o patriotismo pelo menos até as eleições, Brasil?

O amor ao país, à bandeira, ao hino, vai colocar onde, Brasil?

Ah, Brasil. Você é muito mais que futebol, Brasil.

Pra frente, Brasil!
Chega de amor falso, chega de efusismo, vamos ao que é prático.

Todo carnaval tem seu fim, Brasil. Acorda.