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Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
Mário de Sá-Carneiro
Na manhã de hoje (06) foi anunciado o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2011: o poeta sueco de 80 anos, Tomas Transtörmer, foi premiado com medalha, diploma e uma pequena bagatela de 10 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 2,7 milhões de reais).
Não conheço nada desse poeta, assim como não conheço a esmagadora maioria dos premiados. Quero dizer, conheço a grande maioria de nome, e não por ter lido suas obras. É com certa vergonha que exponho: nunca li nada de nenhum Nobel.
Cheguei muito perto do Saramago, mas alguma tarefa mais importante à época me impediu de ler o Ensaio Sobre a Cegueira, que é o primeiro do português que desejo ler, já que o filme adaptado entrou para a minha lista de favoritos.
Pois hoje eu perdi a chance de finalmente poder dizer que li um Nobel de Literatura, e antes mesmo que o prêmio fosse divulgado: o japonês Haruki Murakami era um dos favoritos para levar o prêmio pra casa - e pra conta bancária.
Do Haruki, li Norwegian Wood, que está sendo adaptado para o cinema e tem estreia prevista para 17 de novembro aqui no Brasil. Uma vez que o livro não é um bestseller, o filme também não deverá ser blockbuster, já que ele não possui - na minha concepção - os requisitos para um filme sessão pipoca. Norwegian Wood é denso; fala de solidão, de angústia, talvez questione o porquê de as coisas acontecerem da maneira que acontecem.
Li quando tinha 15 anos, acho. Lembro que o peguei emprestado na Biblioteca Municipal da Mooca, que era próxima à escola onde eu fazia o ensino médio. Lembro com muito carinho daquela época e das leituras que fiz ali, naquela biblioteca. Eu era só uma estudante de ensino médio, tinha tempo livre de sobra pra fazer o que quisesse, o que incluía ler muitos livros e assistir a muitos filmes no cinema. Posso afirmar que foi nessa época que eu descobri e desenvolvi essas duas paixões que hoje tenho: livros e filmes. Escolhia o que ler e o que assistir pela capa e pelo título. Nunca pelo nome do autor, já que, naquela época, minha bagagem cultural era ainda menor do que a que tenho hoje. O título mais intrigante me ganhava fácil nas prateleiras. Quando peguei o Norwegian Wood, lembro que peguei pelo título, que eu nem sabia a pronúncia correta, e pela capa, toda cinza com um círculo rosa em reserva de verniz - que eu viria a descobrir o que era um ano depois, no meu curso ténico em Design Gráfico.
Essa é a história sobre como eu perdi a chance de dizer que li, aos 15 anos, um Nobel de Literatura antes de ser premiado. Enfim, gostaria de reler Norwegian Wood antes da estreia no cinema, o que creio que não será possível devido à minha amiga companheira Fuvest, que vem me atormentando desde agosto. Uma pena!
Estar sem Twitter está me ensinando a fechar a minha boquinha quando é desnecessário falar. +1 ponto
"Eu não entendo a vida. Ela é cheia de som e fúria, mas não quer dizer nada."
Som e Fúria
Se eu pudesse definir o final de semana em poucas palavras, seriam essas: curvas, compras, soda italiana, licor de maracujá, churrasco, fondue branco de morango, piscina, natureza, verde, uno. A melhor delas: DESCANSO. Mas, como nem tudo é perfeito, o final de semana se encerra em: FUVESTÃO.
Um ótimo domingo a todos e a todas.